Pular para o conteúdo principal

Manifesto Sururu

Edson Bezerra, o autor.
O manifesto sururu quer muito pouco. 
Quem sabe um pouco mais do que exercitar um certo olhar: um olhar atento por sobre as coisas alagoanas. O manifesto sururu não quer apostar e nem pousar em outras imagens. 
O que ele procura é exercitar olhos e sentidos por sobre (e dentre) antigas e permanentes imagens das coisas alagoanas: olhar primeiramente os canais que interligam as lagoas e os rios. 
Os canais sempre foram as nossas pontes e disto já o sabia Octávio Brandão. 
O manifesto sururu também fala da fome. Não da fome comum, mas da fome de devorar as Alagoas.
Contra as derrapagens de uma modernidade vazia, uma outra assinalada de coisas alagoanas.
Novas rotas. Rotas alagoanas: de canais e lagoas, sobretudo.

Tchello d’Barros 
Aqui uma lúdica intertextuallidade com o Manifesto Sururu, esse breviário de saberes, falares e viveres, que você trouxe à tona numa linguagem poética impregnada de essências alagoanas, de ancestralidades, de elementos arquetípicos dessa terra, dessa gente. 
Seu manifesto é também uma desiderata, uma narrativa que resgata o lado até mesmo atávico da civilização que se desenhou nesta região de antigas sesmarias, o lado oposto das transculturizações - principalmente ianques - que descaracterizam o que cada povo tem de mais original, autóctone e autêntico.

Mácleim
Se você foi capaz de ter sentido, nas doses homeopáticas retiradas do texto do Edson Bezerra, o gostinho salgado e a textura fluida da alma e da lama lagunar das Alagoas, com certeza, vai querer conhecer, na íntegra, o Manifesto Sururu para a consolidação de uma nova postura diante da cultura Caeté. 












Comentários

geraldo rebelo disse…
Muito boas essas reportagens inspiradas no Manifesto Sururu. Este que se propõe mostrar Alagoas em ângulos mais aprofundados, não apenas os periféricos, superficiais e mais visíveis de sua história, de sua geografia, de sua paisagem geológica e humana, de sua produção artística, de suas tradições e inspirações, de seus antagonismos e convergências. Parabéns a todos por esse esmiuçamento das verdadeiras raízes, essas que identificam Alagoas como um pedacinho bem específico e querido da miscigenação brasileira.
macleim disse…
Maravilha, Chico!!!
Não é nada paradoxal que o profundo precise sempre vir à tona. Parabéns pelo blog e, principalmente, pelo conteúdo.
Grande abraço e, no +, MÚSICAEMSUAVIDA!!!

Postagens mais visitadas deste blog

O INCRÍVEL MUNDO DO SILENCIOSO MENINO

O meu lugar de morada outrora fora um lugar de vivências ancestrais: a Praça dos Martírios e em torno dela, o comércio ao leste e um pouco mais um mar e a oeste a Cambona; para o sul, o bairro da Levada e, logo acima, o mirante de Santa Teresinha, e era neste contexto que, nos entornos daquela praça, se desenvolvia um mundo onde se misturavam garotos, jovens e velhos. Todavia, eu vivia silencioso e enclausurado em meu quintal e, só muito tempo depois foi que, aos poucos, ele percebeu o estranho e secreto universo daquele mundo. Alí, enquanto estavam a se embrenhar nos mangués, outros a jogar bola e outros meninos nas ruas assaltando sítios e roubando mangas, e ainda outros a nadar nas águas até o cais, eu, – ficava no quintal a arquitetar mundos imaginários por entre galinhas, bichos, e, amigos e inimigos imaginários. E a tudo ele transformava em sonhos. Os animais que havia, com o passar do tempo tinham todos nome. As galinhas que as vezes sumiam, eram para ele um desespero, e, foi