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Festivais alagoanos

De saudosa memória, assim nos recordamos dos festivais que aconteciam nas décadas de 60 e 70. Havia uma acirrada competição entre as Rádios Difusora e Gazeta, no sentido de promover o melhor Festival de Música e para tal, convidava para compor o juri: compositores, maestros e artistas renomados, no sentido de criar uma enorme curiosidade no público e assim superlotar o Teatro Deodoro ou o Ginásio do CRB, onde eram realizados os eventos. Em contra partida, o Diretório Central dos Estudantes - DCE, promovia o disputado Festival Universitário, oferecendo como prêmio a gravação de um LP com as 12(doze) primeiras músicas classificadas. Nessa efervecência musical surgiram personagens bastantes conhecidas: José Geraldo, Marcondes Costa, Guido Uchôa, Tânio Barreto, Josimar, Juvenal Lopes, Jucá Santos, Dydha Lyra, Ricardo Mota, Macléim, Chico Elpídio, César Rodrigues, Edson Bezerra, Eliezer Setton, José Gomes Brandão, Leureny Barbosa, Pedro Batata, Wilma Miranda e tantos outros.
FESTIVAL UNIVERSITÁRIO
Com a música CANTO DO CHÃO, de Chico Elpídio, Edson Bezerra e César Rodrigues, o Grupo Terra tirou o primeiro lugar no III Festival Universitário, promovido pelo DCE.
CANTO DO CHÃO
Terra do sol, liberdade e ouro
Há de haver aqui, vamos desbravar.
Terra de sal, caminhos de gente
Berço de manhãs, muita alegria ainda nascerá aqui.
Sempre é hora de plantar na terra,
O que o fruto traz construir na luta.
A doce labuta de quebrar os muros
Cantar o mesmo canto, beber do mesmo fel.
Nas manhãs banhar o corpo a sol e sal,
Caminhar nas ruas sempre a libertar
O grito escondido, o amor escondido,
Em corações e em gerações.
Trazer no rosto o cansaço no peito as emoções,
De fazermos sempre um gesto forte em cada mão
Seremos raça e força que arrasta multidões
E olha que esse tempo vem,
De uma cor vermelha cor do coração
Seremos um só povo um só mutirão
Teremos terra e trigo sorrisos e canções
E entre palmeira, vilas e ruas,
Nossos corpos cansados irão repousar.
Latinamente ser, brasileiramente amar, amar.
E ouça lá companheiro e amigo, não espera vem,
Já se toca o sino, já se entoam tantos hinos.
Viva a grande pátria, ò doce mãe gentil.
Terra de sol, terra de sal, terra do mar de anil.
Latinamente ser, livremente está, brasileiramente.
Gravado no LP IV Festival Universitário da UFAL em 1989.
FESTIVAL ALAGOANO DA CANÇÃO NORDESTINA
Promovido pela Rádio Gazeta de Alagoas, dirigido pelo radialista Edécio Lopes, o FACN teve como expoente o Júri, que era composto por artistas renomados:
Guio de Morais – maestro; Carmélia Alves – cantora; Luiz Bandeira - compositor; Claudionor Germano - cantor e Aldemar Paiva - compositor. Nesse festival o Grupo Terra classificou quatro músicas:
Chão Quente – Marcondes Costa e Juvenal Lopes;
Festa na Roça – Marcus Antônio de Barros;
Meu Sertão – José Cavalcante e Marcondes Costa;
Desesperança – Eliezer Setton;
FESTIVAL DA CANÇÃO NORDESTINA
Promovido pela Rádio Difusora de Alagoas, sob a direção do jornalista Haroldo Miranda.
Nesse Festival o Grupo Terra conquistou o primeiro lugar com a balada Pássaro de Prata, de autoria de Carlos Moura e Edson Bezerra.
Já a canção PRELÚDIO Nº. 01, de Chico Elpidio, defendida por Dydha Lyra, classificou-se em segundo lugar.
PÁSSARO DE PRATA
Tenho um pássaro de prata numa gaiola de metal
Quero um dia que ele voe por toda a América do Sul
O seu canto é uma balada clamando por super-heróis
Esperando a madrugada já é hora de nascer
Grito por todos os homens de toda a América do Sul
De Tiradentes a Bolívar que de novo vão nascer
Grite eu quero ver toda gente todo o povo se irmanar
Sem sangue com a gloria nas mãos.
Criança, mulheres, homens, senhoras.
Cantigas de roda, canção de ninar.
Fazendo da história um verso
Invertendo o processo e surgir:
O nascer, o viver, o chorar, o correr, o sorrir.
Todos não apenas alguns.
Gravado no LP Grupo Terra em 1980 e no LP Pássaro de Prata da RDA em 1978.
FESTIVAL CANTA NORDESTE - Rede Globo
Linda Lobo editora de Cultura do Jornal Gazeta de Alagoas, sobre o Canta Nordeste
Festival promovido pela Rede Globo, o Canta Nordeste entra definitivamente, no calendário da música brasileira. Pela qualidade e organização, a semifinal do IV Canta Nordeste levou a delírio a platéia que invadiu o Parque do Cocó, na cidade de Fortaleza(CE), na noite do último sábado, dia 19. O espetáculo trouxe de volta o encanto e a magia dos velhos festivais, numa fusão musical do melhor estilo nordestino, como demonstrou Chico Elpídio e Eliezer Setton, com Serra Pau. Para a cobertura da semifinal, que foi ao ar depois da Escolinha do Professor Raimundo, foram utilizadas seis cameras, mesa de efeitos digitais, levando ao ar a mais alta qualidade de imagens. Segundo J. Raposo, diretor de programação da Globo Nordeste, o Canta Nordeste é o maior festival de música do País em participação e audiência. A prova esta aí, mais de seis mil inscritos, uma transmissão ao vivo para toda a região, atingindo 969 municípios do Nordeste. No Canta Nordeste, Chico Elpídio alcançou o primeiro lugar com a música Serra Pau, e dois segundos lugares com Poder é Querer e Limites em parceria com Eliezer Setton e Edson Bezerra, respectivamente.
FESTIVAL DE MÚSICA DO SESC
Assinado por Chico Elpídio e Geraldo Rebêlo, o blues FUGA EM SERENATA foi defendido no Festival do SESC por Wilma Miranda. Sagrando-se uma das vencedoras, foi escolhida para representar Alagoas no Festival de Música Cidade Canção - FEMUSIC, realizado no período de 27 a 31 de maio/98, em Maringá. O blues encontra-se gravado no CD do I Festival do SESC, bem como no de âmbito nacional produzido pelo SESC do Paraná. Em 1999, classificou no II Festival SESC DE MÚSICA, o bolero Ais de Amor em parceria com Eliezer Setton, defendida por Dydha Lyra, já no IV Festival em 2002, classificou o blues Rogando, defendido por Michele Barsand, que recebeu o prêmio de melhor intérprete

Comentários

Unknown disse…
Relembrar os nossos Festivais é muito BOM! A comunidade estudantil deveria unir-se e, promover novamnete os Festivais de Música Alagoana.
Netto Mcz disse…
Não dá pra entender como insistem em permanecer com coisas ruins, como essas músicas de moda, e param de promover Festivais.
Com excessão de alguns festivais do SESC, não temos mais nada para ouvirmos nossos artistas e novos talentos.
Concordo com o Domingos, a comunidade estudantil precisa fazer alguma coisa.

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